domingo, 24 de julho de 2011

Filosofia (Verdade x Relativismo)

 Verdade x  Relativismo


Definição - Verdade absoluta

É definida como realidade inflexível: fatos fixos, invariáveis e inalteráveis. Por exemplo, é um fato fixo, invariável e inalterável que não existe, em nenhuma hipótese, nenhum círculo quadrado ou nenhum quadrado redondo.

Enquanto que verdade absoluta seja uma necessidade lógica, existem algumas orientações religiosas (humanistas ateus, por exemplo) que argumentam contra a existência da verdade absoluta. A exclusão humanista de Deus necessita do relativismo moral. Humanista John Dewey (1859-1952), co-autor e signatário do Manifesto Humanista 1 (1933), declarou: "Nenhum Deus e nenhuma alma existem. Portanto, não há necessidade para os adereços da religião tradicional. Com o dogma e credo excluídos, então a verdade imutável também está morta e enterrada. Não há espaço para a lei fixa e natural ou para absolutos morais." Os humanistas acreditam que as pessoas devem fazer aquilo que acham certo.

Verdade Absoluta - Uma Necessidade Lógica

Você não pode argumentar logicamente contra a existência da verdade absoluta. Argumentar contra algo é estabelecer que uma verdade existe. Você não pode argumentar contra a verdade absoluta a menos que uma verdade absoluta seja à base do seu argumento. Considere alguns dos argumentos e declarações clássicos feitos por aqueles que tentam argumentar contra a existência da verdade absoluta...

"Não existem absolutos". 

De primeira, o relativista declara que absolutos absolutamente não existem. Essa é uma afirmação absoluta. A afirmação é logicamente contraditória. Se a afirmação for verdadeira, então há, de fato, um absoluto - absolutos absolutamente não existem.

"A verdade é relativa." 

Novamente, esta é uma afirmação absoluta que sugere que a verdade é absolutamente relativa. Além de postular um absoluto, suponha que a afirmação é verdadeira e "a verdade é relativa". Tudo, incluindo essa declaração, seria relativo. Se uma declaração for relativa, não é sempre verdadeira. Se "a verdade é relativa" nem sempre é verdade, então às vezes a verdade não é relativa. Isto significa que existem absolutos, o que significa que a afirmação acima é falsa. Quando você segue a lógica, os argumentos relativistas sempre se contradizem.

"Quem lá sabe qual é a verdade, certo?" 

Na mesma sentença o orador declara que ninguém sabe qual é a verdade, então ele se vira e pergunta àquele que está ouvindo para afirmar a verdade da sua declaração. "Ninguém sabe qual é a verdade." O orador obviamente acredita que sua afirmação seja verdadeira.

Há filósofos que realmente gastam horas incontáveis trabalhando-nos mais grossos volumes escritos sobre "a falta de propósito" de tudo. Podemos supor que eles acham que esse texto tenha um propósito! Há também aqueles professores de filosofia que ensinam aos seus alunos que "a opinião de ninguém é superior a de qualquer outra pessoa. Não há uma hierarquia de verdade ou valores. O ponto de vista de uma pessoa é tão válido quanto o de qualquer outra pessoa. Nós todos temos a nossa própria verdade." Em seguida, eles vão dar notas aos trabalhos e provas!


A moralidade é uma faceta da verdade absoluta. Assim, muitas vezes os relativistas declaram: "É errado que você imponha sua moral em mim." Ao declarar que algo é errado, o relativista está contradizendo a si mesmo ao impor a sua moral em você. Você pode ouvir: "Não há certo, não há nada errado!" Você deve se perguntar, então: essa afirmação é certa ou errada?


Se você pegar um relativista fazendo algo que você sabe ser absolutamente errado, e você tenta apontar isso para eles, provavelmente reagirão com raiva: "A verdade é relativa! Não há certo e não há errado! Devemos poder fazer o que quisermos!" Se isso for uma afirmação verdadeira e não há certo ou errado, e todos devem poder fazer o que quiserem, então por que eles ficam com raiva? Qual é a base para a sua raiva? Uma pessoa não pode ficar chocada por uma injustiça, ou na verdade por qualquer outra coisa, a não ser que algum absoluto tenha de alguma forma sido violado.

Os relativistas argumentam frequentemente: "Todo mundo pode acreditar no que quiser!" Faz-nos perguntar, então, por que eles estão discutindo? Acho engraçado que os relativistas são aqueles que querem discutir sobre o relativismo. 

Se você tentar explicar a um relativista a diferença entre o certo e o errado, você vai ouvir sem dúvida: "Nada disso é verdade! Somos os donos da nossa própria realidade!" Se isso for verdade, e todos nós criamos nossa própria realidade, então a nossa declaração de responsabilidade moral é apenas uma invenção da imaginação do relativista. Se um relativista tem um problema com a declaração de moralidade absoluta, o relativista deve ter que resolver esse problema com ele mesmo.

Todos sabemos que há uma verdade absoluta. Parece que quanto mais argumentamos contra isso, mais provamos a sua existência. A realidade é absoluta quer você acredite nisso ou não. Filosoficamente, o relativismo é contraditório. Na prática, o relativismo é anarquia. O mundo está cheio de verdade absoluta, cada um que tenha a sua.

Um relativista defende que todos devem ser capazes de acreditar e fazer o que quiserem. Naturalmente, esta visão é emocionalmente gratificante, até que a pessoa chega em casa e descobre que sua casa foi roubada, ou que alguém pretende machucá-lo, ou que alguém furou a fila bem na sua frente. Nenhum relativista chegará em sua casa assaltada e dirá: "Oh,  como é maravilhoso ver que o ladrão foi capaz de cumprir a sua visão da realidade ao roubar a minha casa. Quem sou eu para impor a minha visão de certo e errado neste maravilhoso ladrão?" Muito pelo contrário, o relativista vai se sentir violado como qualquer outra pessoa. E depois, claro, não tem problema que ele é um relativista contanto que o "sistema" funcione de forma absolutista ao proteger os seus "direitos inalienáveis".


Contudo, devo admitir, entretanto, que há validade para alguns aspectos positivo do relativismo. Por exemplo, que uma sociedade considera direito (dirigir do lado esquerdo do carro) enquanto outra considera errado. Esses são costumes que são certo para uns e errado para outros. Mas são costumes puramente relativista baseados na cultura do país e não universalmente. 

Alguns princípios de costumes sobre enterros, casamentos, sexo, variam de país para país ou até mesmo de cidade para cidade. Esse senso de “certo e errado” relativista não influi em nossa vida moral, pois não foi um mandamento de um Deus universal. Há coisas que são validadas apenas dentro da experiência humana particularmente individual. Eu posso me irritar com o som de uma música Rock e a outra pessoa não. Neste sentido o que é verdadeiro para mim não precisa ser necessariamente verdadeiro para outros. Sim, há aspectos positivos e verdadeiros dentro do relativismo.

Mas, isto não é válido o bastante para dizer que porque há um tipo de relativismo pessoal, nós então podemos estendê-lo e aplicá-lo em todas as áreas da vida e dizer que tudo o mais é relativo. Não, isto não é uma suposição válida nem lógica. Primeiramente, porque isto é uma grande contradição que acaba por destruir o alicerce dos defensores do relativismo.

Além Disso, se todas as coisas são aparentes e relativas, então podemos afirmar que não existe nada de verdadeiro e absoluto entre as pessoas. Em outras palavras, se todas as pessoas negam a verdade absoluta e estabelece verdades relativas unicamente provindas de suas experiências, então tudo é aparente ao indivíduo. Perguntamos: Partindo dessa premissa, como então poderá alguém julgar o que é realmente certo ou errado, verdade ou mentira?

E ainda: Se todas as “visões” morais são igualmente válidas, então que direito temos nós de punir alguém? Será que podemos sempre afirmar que aquilo ou aquela pessoa não tem razão? Para sabermos que algo ou alguém não está certo ou errado, nós primeiramente devemos ter um padrão de certo e errado pelo qual nós basearemos nossos julgamentos. Se aquele padrão de certo e errado for baseado no relativismo, então não temos nenhum padrão. No relativismo, os padrões de certo e errado são derivados de normas sociais. Se há mudanças na sociedade as normas morais de certo e errado podem mudar. Se seguirmos este paradigma, então não podemos julgar ninguém por qualquer coisa que tenha feito de errado, se o que consideramos errado agora pode tornar-se certo no futuro!

Se o relativismo é o ponto de vista verdadeiro, então minha ótica sobre a falsidade do relativismo é verdadeira? A verdade contradiz a si mesma? O que é absurdo em filosofia.

Outro problema com a negação da verdade absoluta/verdade universal é o fato de que ela falha ao se associar com o que nós sabemos ser verdadeiro nas nossas próprias consciências, nossas próprias experiências, e com o que nós vemos no “mundo real”. Se não existe tal coisa como a verdade absoluta, então não existe nada certo ou errado sobre qualquer coisa. O que pode ser “certo para você” pode não ser “certo para mim”. Apesar de superficialmente esse tipo de relativismo parecer muito apelativo, se ele for levado à sua conclusão lógica ele logo se prova desastroso. 

Considere apenas por um momento se realmente não houvesse verdade absoluta e se tudo fosse realmente relativo (sem padrões de qualquer tipo). Em essência, o que aconteceria é que todo mundo estabeleceria as suas próprias regras segundo as quais viver e faria o que achasse certo. Isso causa problemas, pois o conceito de certo de uma pessoa logo entraria em conflito com o de outra. Por exemplo, e se fosse “certo para mim” ignorar os semáforos no trânsito, mesmo quando eles estão vermelhos? Dessa forma eu estaria pondo a vida de outros em risco. Ou então, eu poderia pensar que é certo roubar de você, mas você pensaria que não é certo. Da mesma forma, uma pessoa poderia decidir que matar outras pessoas é certo e, portanto ela poderia tentar matar todo mundo que estivesse à vista.

Se não existem padrões absolutos, verdades absolutas e se todas as coisas fossem relativas, então matar todo mundo é tão certo quanto não matar ninguém. Roubar é tão certo quanto não roubar. Crueldade é igual a não-crueldade. A que resultados desastrosos a negação da verdade absoluta pode levar. Porque, se não existe algo como a verdade absoluta, então ninguém pode dizer “você deveria fazer isso” ou “você não deveria fazer aquilo”. Se não existe verdade absoluta, então nem o governo poderia impor regras para a sociedade. Você pode ver o problema que isso causa?

Caos total, pois cada um faz o que é certo do seu ponto de vista. Se não existe verdade absoluta, nenhum padrão de certo ou errado ao qual todos estamos sujeitos, então nós nunca podemos ter certeza de nada. As pessoas seriam livres para fazer o que quisessem – assassinar, estuprar, mentir, trapacear, etc. e ninguém poderia dizer que tais coisas são erradas. Não haveria governo, nem leis, nem justiça, porque ninguém poderia dizer que a maioria das pessoas tem o direito de definir e impor padrões sobre a minoria. Um mundo sem absolutos seria o mais horrível mundo imaginável.

Hoje em dia nós freqüentemente ouvimos frases como “isso pode ser verdade para você, mas não é verdade para mim”. Para aqueles que acreditam que não existe uma verdade absoluta, a verdade é vista como nada mais do que uma preferência ou percepção pessoal, e que, portanto, não pode se estender além dos limites pessoais. Por causa disso não existem respostas finais para o sentido da vida e não poderia haver esperança de qualquer tipo de vida após a morte. Esse tipo de relativismo resulta em confusão religiosa, porque não pode haver religião verdadeira, nem um único caminho para se ter um relacionamento correto com Deus. Todas as religiões seriam, portanto, falsas, porque todas elas afirmam ensinar ou acreditar em algum tipo de vida após a morte, algum tipo de verdade absoluta. 

Esta é a causa de não ser incomum hoje em dia as pessoas acreditarem que duas religiões totalmente opostas possam ser igualmente “verdadeiras”, apesar de as duas afirmarem ter um único caminho para o céu ou ensinarem duas “verdades” totalmente opostas. As pessoas que não acreditam na verdade absoluta ignoram essas afirmações e abraçam um universalismo mais tolerante, que ensina que todas as religiões são iguais e que todas elas levam ao céu. 

Essa também é a razão por que as pessoas que abraçam essa visão de mundo irão se opor veementemente aos cristãos evangélicos que acreditam na Bíblia quando ela diz que Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” e que Ele é a manifestação final da verdade e o único caminho através do qual alguém pode chegar ao céu (João 14:6). 

Porém, apesar do fato de que negar a verdade absoluta é tanto ilógico quanto irracional, a visão de que “tudo é relativo” se tornou um dos slogans da geração na qual vivemos. Em grande parte do mundo ocidental, multidões rejeitaram a possibilidade de que algo como a verdade absoluta possa existir. Isso resultou no que muitos se referem como uma sociedade pós-moderna, que é uma sociedade que considera todos os valores, crenças, estilos de vida e afirmações da verdade como válidos. Por causa disso, aqueles que se associam a padrões absolutos de certo ou errado são considerados intolerantes e são rotineiramente condenados, provocados e criticados. 

De fato, a tolerância se tornou a grande virtude da sociedade, o único absoluto, e, portanto, só pode haver um mal, o da intolerância. Em outras palavras, o que aconteceu foi que qualquer sistema religioso ou indivíduo que acredita dogmaticamente em alguma coisa – especialmente em uma verdade absoluta – se torna culpado de intolerância, e a única coisa que uma sociedade politicamente correta e relativa não irá aceitar são aqueles que acreditam em absolutos. 

Aqueles que negam a verdade absoluta normalmente irão dizer que não há problema em você acreditar no que você quiser, enquanto você não tentar impor as suas crenças para os outros. Mas essa visão em si própria é uma crença no que é certo e errado e aqueles que seguem essa visão irão definitivamente tentar impô-la aos outros, sendo, portanto hipócritas. Eles definem um padrão de comportamento o qual insistem que os outros sigam – violando assim aquilo que eles fingem defender. 

A pergunta que não quer calar é: por que aqueles que promovem a tolerância são tão intolerantes com as pessoas que acreditam na verdade absoluta? E por que as pessoas estão tão dispostas a abraçar um sistema de crenças que ameaça destruir a própria estrutura da sociedade e é no seu cerne tanto irracional quanto ilógico? A simples razão é que as pessoas não querem ser responsáveis pelas suas ações. Se existe verdade absoluta então existem padrões absolutos de certo e errado, e nós estamos sujeitos a esses padrões. Essa responsabilidade é o que as pessoas estão realmente tentando negar na sua rejeição da verdade absoluta.

A negação da verdade absoluta/verdade universal e o relativismo cultural que dela vem são simplesmente o resultado lógico de uma sociedade que abraçou a teoria da evolução como a explicação para a vida. Se a evolução é verdade, então a vida não tem sentido, nós não temos propósito, e não pode haver nenhum certo ou errado absoluto. O homem é livre para viver a vida como lhe agrada e não é responsável por nenhuma das suas ações. Mesmo assim, não importa o quanto os homens pecadores tentem negar a existência de Deus e da Sua verdade absoluta, eles ainda terão que um dia estar diante Dele em julgamento. A Bíblia declara: “O que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidas por meios das coisas que foram criadas. 

A pergunta que nós devemos fazer quando consideramos se a verdade absoluta existe ou não, é: existe alguma evidência da existência da verdade absoluta? Se alguém cautelosamente considerar essa questão, logo se torna evidente que existem mesmo evidências que apontam para a existência da verdade absoluta. A primeira evidência para a existência da verdade absoluta é vista na nossa consciência. A nossa consciência nos diz que o mundo deveria ser de “certa forma”, que algumas coisas são “certas” e algumas são “erradas. Ela nos ajuda a entender que há algo errado com o sofrimento, a fome, o estupro, a dor e o mal. Ela nos diz que o amor, a generosidade, a compaixão e a paz são coisas positivas pelas quais deveríamos nos esforçar.  

1ª Evidência - Existência da verdade absoluta é vista na ciência. A ciência é simplesmente uma busca pelo conhecimento. É o estudo do que nós sabemos e uma jornada para saber mais. Portanto, todo estudo científico deve por necessidade ser fundamentado sobre a crença de que existem realidades objetivas no mundo. Sem absolutos, o que sobraria para ser estudado cientificamente? Como alguém saberia se as suas descobertas são reais? Na verdade, as próprias leis da ciência devem ser fundamentadas na certeza da verdade absoluta. 

2ª Evidência - Para a existência da verdade absoluta/verdade universal é a existência da religião. Todas as religiões do mundo são uma tentativa de dar sentido e definição à vida. Elas nascem do fato de que a humanidade deseja algo mais do que simplesmente existir. Por trás de todas as religiões está a crença fundamental de que deve haver mais na vida do que a simples existência física que nós conhecemos. Através da religião, as pessoas procuram por segurança e esperança para o futuro, pelo perdão dos pecados, pela paz em meio às nossas dificuldades e por respostas para as nossas questões mais profundas. A religião é realmente a evidência de que os seres humanos são mais do que simplesmente animais altamente evoluídos. É a evidência de um propósito maior, e o fato de que realmente há um Criador pessoal e cheio de propósitos, que implantou na humanidade o desejo de conhecê-lo. E se há mesmo um Criador, então Ele se torna o padrão para a verdade absoluta, e é a Sua autoridade que estabelece essa verdade.  

Felizmente para nós existe tal Criador e Ele revelou não só a Si próprio, como também a Sua verdade para nós através da sua própria Palavra, a Bíblia. Se nós queremos conhecer a verdade absoluta/verdade universal, a única forma de fazer isso é através de um relacionamento pessoal com Aquele que afirmou ser a Verdade, Jesus Cristo. Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). O fato de que a verdade absoluta existe nos leva à verdade de que há um Deus soberano que criou os céus e a terra e que revelou a Si mesmo para nós, para que possamos conhecê-lo pessoalmente através do Seu Filho Jesus Cristo. 

Será necessária uma filosofia ruim para nos convencer de que estamos errados.
 

Cícero Moreira dos Santos
Estudante de Teologia

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